Um, no UOL, cheio de falácias:
A Reforma da Previdência, tal como está proposta, escancara a existência de dois Brasis.
Um que pode arcar com a imposição de 65 anos como idade mínima para aposentadoria e 25 anos como tempo mínimo de contribuição, pois começa a trabalhar mais tarde e consegue viver mais.
E outro que pula de serviço informal em serviço informal, destrói a saúde em trabalhos braçais e jornadas extenuantes e vive em regiões com expectativa de vida pouco maior que esses 65 anos.
Outro, no blog Brasil, Economia e Governo, muito mais honesto:
É um grave equívoco usar neste debate a expectativa de vida ao nascer. Este indicador é, grosso modo, a idade média com que as pessoas falecem no Brasil. Ele é muito influenciado, para baixo, pela mortalidade infantil e pela morte de jovens por causas externas, como no trânsito e em homicídios. É por isso que em Estados pobres a expectativa de vida ao nascer é tão baixa.
Para a Previdência, o que importa é a expectativa de vida não no nascimento, mas na idade da aposentadoria. Este indicador também é muitas vezes no debate chamado de “expectativa de sobrevida”. Aos 65 anos, a expectativa de sobrevida do brasileiro é, hoje, de mais 18 anos, totalizando 83 anos e meio. A boa notícia: esta expectativa vem aumentando e varia pouco pelo país (é de cerca de 84 anos no Sul, 82 e meio no Nordeste). Se de fato os aposentados morressem em média com 66 anos, seria um absurdo a reforma da Previdência.
Por que articulistas tão fracos têm tanto espaço em grandes veículos? Duas hipóteses não mutuamente exclusivas:
- Eles atraem audiência (essa explicação serve para muitos defeitos do jornalismo online);
-
Quem os escolhe é incapaz de distinguir os legitimamente bons dos picaretas.
Certamente há diversas outras razões, mas essas devem estar entre as principais.